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segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Doenças Infantis Infecciosas

Todas as crianças ficam doentes, umas mais que as outras, mas há doenças infantis características, só precisamos de estar atentos aos pequenos promenores para que não se tornem mais grave.

Sarampo

Agente infeccioso: vírus do sarampo – família Paramyxoviridae, género Morbillivirus

Descrição clínica: após 3 dias de febre, aparece a conjuntivite, coriza, tosse, início de exantema maculo-papuloso na face, que ao fim de 3 dias desce a todo o corpo poupando as palmas das mãos e plantas dos pés

Período de incubação: 8-16 dias

Reservatório: homem

Via de transmissão: aérea (gotículas de saliva / expectoração)

Período de transmissão: desde 4 dias antes, até 4 dias após início do exantema

Controlo do doente ou portador:
Precauções de isolamento relativamente a crianças não imunizadas e evicção escolar até 4 dias após início do exantema

Terapêutica sintomática
Controlo dos contactos: vacinação até 72 horas após exposição


Rubéola

Agente infeccioso: vírus da rubéola – familia Togaviridae, género Rubivirus

Descrição clínica: início de febrícula com exantema máculo-papuloso na face que ao fim do 1º dia se generaliza, ao 2º dia desaparece da face e ao 3º dia do resto do corpo. Acompanha-se de adenopatias retroauriculares, sub-occipitais e cervicais

Período de incubação: 14-21 dias

Reservatório: homem

Via de transmissão: aérea (gotículas de saliva/expectoração)

Período de transmissão: desde 7 dias antes, até 7 dias após início do exantema

Controlo do doente ou portador:
Precauções de isolamento relativamente às grávidas não imunizadas e evicção escolar até 7 dias após início do exantema

Terapêutica sintomática
Controlo dos contactos: vigilância relativamente às grávidas não imunizadas – ver rubéola congénita


Papeira

Agente infeccioso: Paramyxovirus da papeira

Descrição clínica: início súbito de febre e tumefacção das glândulas salivares, particularmente das parótidas. Possibilidade de complicações inflamatórias nos testículos, ovários e outros órgãos

Período de incubação: 12-25 dias

Reservatório: homem doente

Via de transmissão: aérea (gotículas de saliva / expectoração)

Período de transmissão: desde 6 dias antes do início da tumefacção até 9 dias depois

Controlo do doente ou portador:
Isolamento e evicção escolar até 9 dias após início da tumefacção

Terapêutica sintomática
Controlo dos contactos: aproveitar a oportunidade para fazer a actualização vacinal, embora esta actualização não tenha efeito protector imediato


Varicela

Introdução clínica e epidemiológica:

É uma doença viral aguda, muito contagiosa, caracterizada por exantema papulovesicular difuso de início súbito e febre ligeira, sem outra causa aparente. As vesículas são monoloculares e cicatrizam com crostas granulosas. As lesões exantemáticas apresentam-se simultâneamente em diferentes estados evolutivos e são mais abundantes nas regiões não expostas do corpo, nomeadamente couro cabeludo e axilas; pode ocorrer ainda enantema conjuntival e das mucosas da boca e aparelho respiratório superior.

O homem é o único reservatório do agente etiológico e o período de incubação é de 13-20 dias. A transmissão pode ser directa (contacto directo e via aérea) ou indirecta (fómites contaminadas).

O controlo dos doentes deve considerar: a) precauções de isolamento (locais públicos), b) evicção escolar, c) tratamento específico com aciclovir ou vidarabine, e d) desinfecção de fómites contaminadas. O controlo dos contactos inclui a administração de imunoglobulina específica nas primeiras 72-96 horas; esta imunoglobulina também deve ser aplicada a recém-nascidos cujas mães foram infectadas no período de cinco dias antes a dois dias após o parto.

Difteria

Agente infeccioso: Corynebacterium diphtheriae

Descrição clínica: início agudo de enantema com formação de placas membranosas acinzentadas nas amígdalas, faringe, laringe e outras mucosas, seguido 2 a 6 semanas depois de miocardite e paralisia dos nervos cranianos e periféricos

Período de incubação: 1-7 dias

Reservatório: homem doente ou portador

Via de transmissão: aérea (gotículas de expectoração) ou, raramente, através de contacto com objectos ou leite contaminados

Período de transmissão:
Até 2 culturas negativas do exsudado nasofaríngeo (geralmente a antibioterapia interrompe rapidamente a disseminação)

São raros os portadores crónicos

Controlo do doente ou portador:
Isolamento hospitalar e evicção escolar, até 2 culturas negativas do exsudado nasofaríngeo (colhidas com intervalo mínimo de 24h e após 24h de cessação de antibioterapia)
Antibioterapia: Penicilina ou eritromicina
Soro antidiftérico

Controlo dos contactos:

Contactos com vacina actualizada: 1 dose vacinal de reforço, evicção escolar por 7 dias

Contactos sem vacina actualizada: actualização vacinal, evicção escolar por 7 dias e quimioprofilaxia (eritromicina 50mg/Kg/dia durante 7dias)

Se os contactos forem muito íntimos, independentemente do estado vacinal, e para além das medidas já preconizadas, deverá fazer-se uma cultura do exsudado nasofaríngeo


Tosse Convulsa

Agente infeccioso: Bordetella pertussis

Descrição clínica: início insidioso de tosse seca que após 1-2 semanas evolui para tosse paroxística.

Período de incubação: 4-21 dias

Reservatório: homem

Via de transmissão: aérea (gotículas de expectoração)

Período de transmissão: até 5 dias de terapêutica com eritromicina

Controlo do doente ou portador:
Isolamento e evicção escolar até ao 5º dias de eritromicina (50mg/kg/dia em 3 doses orais, durante 14 dias)

Terapêutica sintomática

Controlo dos contactos:
Contactos sem intimidade: apenas actualização vacinal quando menores de 7 anos
Contactos íntimos (domésticos e companheiros de carteira): actualização vacinal (apenas quando menores de 7 anos), evicção escolar por 7 dias e quimioprofilaxia (eritromicina, 50mg/kg/dia, durante 14 dias)


Escarlatina

Agente infeccioso: Streptococcus ß-hemolítico (Grupo A)

Descrição clínica: inicia-se geralmente com uma amigdalite, à qual se junta 2 dias depois um exantema punctiforme que poupa a face e a palma das mãos e planta dos pés, associado a febre alta e mal estar intenso. Nos indivíduos predispostos, a febre reumática ou a glomerulonefrite aguda poderão surgir 1-5 semanas depois

Frequência notificada em Portugal: taxa de incidência mediana em 1992-96 (/105) = 4,82. Não é DDO (desde 1999)

Período de incubação: 1-3 dias

Reservatório: homem doente ou portador

Via de transmissão: aérea (gotículas de expectoração) ou, raramente, através de contacto com objectos ou ingestão de comida contaminada

Período de transmissão: até 2 dias de terapêutica com penicilina

Controlo do doente ou portador:
Isolamento e evicção escolar até ao 2º dias de penicilina
Antibioterapia: penicilina durante 10 dias

Controlo dos contactos:
Quimioprofilaxia (Penicilina benzatínica IM - 600.000 U em crianças com menos de 6 anos, e 1.200.000 U em adultos ou crianças com mais de 6 anos - ou eritromicina 50mg/kg/dia, até um máximo de 2g/dia, durante 10 dias) apenas aos contactos que manipulam alimentos, ou que têm antecedentes de febre reumática
A quimioprofilaxia tem pouco interesse nos contactos com antecedentes de glomerulonefrite aguda pós-estreptocócica. No entanto, quando o doente tem glomerulonefrite aguda pós-estreptocócica é importante fazer quimioprofilaxia aos seus contactos familiares, porque a semelhança genética identifica-os como grupo de risco


Meningite

Meningite/sépsis por: meningococos
haemophilus

2-10 dias até à cura clínica

Contactos domésticos e companheiros de carteira:
quimioprofilaxia com rifampicina (20mg/kg/dia) em duas tomas diárias, durante 2 dias (dose máxima: 1,2g/dia)



Fontes: Google (Portal de Saúde Pública)

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